quinta-feira, 14 de junho de 2012

O PERDÃO E O AUTOPERDÃO



"Ouvistes o que foi dito: Amarás ao teu próximo e odiarás teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amais vossos inimigos, e orai pelos que vos perseguem" Mateus: 5 - 43,44  

  A passagem acima é parte do Sermão do Monte onde Jesus prega para uma multidão e nos dá de forma geral um manual de procedimentos para bem viver e em particular nesta passagem, como devemos agir perante nossos inimigos.

     Ao falarmos a alguém que devemos perdoar nossos inimigos ou mesmo aquelas pessoas que nos ofende, a primeira coisa que o ofendido diz é:"Ah, mas é muito difícil. Eu não sou Jesus." E de certa forma ela está certa. Não temos nem de longe as qualidades de Jesus, nosso Mestre e Irmão Maior para podemos perdoar qualquer ofensa ou atitude que tenha nos ferido ou magoado, mas temos que entender também que Ele não pediu que fôssemos iguais a ele de uma hora para outra. Ele está nos incitando a começarmos a treinar o perdão para com os nosso inimigos. Ele sabe que anos de egoísmo e orgulho cultivados em nosso interior não irão se apagar de uma hora para a outra. Ele sabe que precisaremos de mais um tanto de tempo para podermos começar a exercitar o perdão verdadeiro e não apenas da boca para fora.

    Quando você perdoa uma ofensa ou qualquer coisa que alguém te fez, você em primeiro lugar estará se perdoando. Sim, isso mesmo. Você está pedindo a Deus que lhe perdoe também. O perdão serve para te libertar dos sentimentos de vingança, de mágoa, ressentimentos e te liberta daquele ou daquela que tanto mal te fez. Quando você perdoa uma ofensa isso não quer dizer que quem te fez mal está isento de responder por seus erros. Não mesmo. Se assim fosse estaríamos negando um dos atributos de Deus sem o qual Ele deixaria de ser Deus: Soberanamente justo e bom. Perdoando, você estará usando uma das máximas de Jesus:"Não julgueis para não serdes julgados; e com a medida que tiveres medido serás medido também." Mateus: 7-2. Também estará pondo em prática o ensinamento que Jesus deixou: "Amarás teu Deus sobre todas as coisas e ao teu próximo como a ti mesmo".

      Isso tudo não quer dizer também que você tenha que aceitar e conviver cheio de amores para com a pessoa que sabidamente quer te prejudicar ou já prejudicou seriamente. Apenas você não deve guardar qualquer tipo de sentimento negativo em relação a pessoa e estar disposto a estender a mão para ajudar a esta mesma pessoa se um dia ela precisar de você e mesmo que você não seja solicitado mas tiver condições de ajudar. Nosso instinto de autopreservação sempre nos faz ficar de pé atrás com situações ou pessoas que já nos causaram algum mal.

       Para começar a exercitar tudo isso é muito mais simples do que se imagina. Basta que deixemos de lado um pouco do nosso orgulho achando que nunca merecemos nada de mal. Que somos vitimas inocentes, pois, não somos. Somos vitimas sim, mas dos nossos próprios erros e ilusões já que somos nós os responsáveis pela construção dos nossos futuros. Precisamos entender que aquela pessoa que errou é um ser humano igualzinho a você. Precisamos nos colocar no lugar dela para entender se faríamos igual ou não e mesmo que você chegue a conclusão de que não faria, não a condenar, pois, segundo Chico Xavier: "Eu permito a todos serem como quiserem e a mim como devo ser." 
                   
    Assim irmãos, que possamos refletir que ao perdoarmos os nosso inimigos estaremos rogando a Deus que nos perdoe juntamente, pois, qual de nós estará isento de magoar ou ferir ao próximo mesmo que sem intenção. E que se isso ocorrer que possamos deixar nosso orgulho de lado e pedir perdão se perdoando ao mesmo tempo porque errar faz parte do processo de aprendizado e também só erra quem tenta. 

        Graças a Deus.

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